Quem está de fora…

…racha lenha. Já o diz a sabedoria popular e com razão.
Se há frase, daquelas que a sabedoria popular transporta, que mais me agrada e que talvez use com alguma frequência, é esta mesmo “quem está de fora, racha lenha”. A primeira vez que a ouvi foi durante um jogo de sueca e realmente tem sempre uma boa aplicação, em tudo na vida.
Muitos são aqueles que gostam de “meter o nariz onde não são chamados” e por muito que não queiram, estão sempre a largar sentenças e a mandar bitaites sobre aquilo que percebem e sobretudo, sobre aquilo que não fazem a mínima ideia. E é sobre esta matéria que mais vezes me revolto. Falar (mal) do que não se conhece.
Existe no mundo mais quem nos queira mal, do que quem nos queira bem. Disso não há dúvidas, e por isso, quando chega a hora da verdade, não falta quem nos empurre para baixo e poucos há que nos puxam para cima. Quando algo não corre tão bem, é sempre tão fácil criticar e dizer mal, e arranjar soluções e sei lá mais o quê. O problema é que o mal já está feito. Mas na hora em que é preciso ajuda, naquele momento em que se estende a mão, ou se espera que alguém venha dar o seu contributo, é um tal de assobiar para o ar, e dizer que não é nada consigo, cada um que resolva os seus problemas.

É mais fácil isto acontecer em terras pequenas, porque as pessoas conhecem-se minimamente e acabam por estar relacionadas umas com as outras, de uma forma ou de outra. E por isso é uma tal ver profetas da desgraça, salvadores da pátria, profetas do anunciado, treinadores de bancada e mais figuras que não me atrevo a descrever a debulhar tudo quanto possa ser debulhado, sobre o bem e o mal dos outros. E o engraçado nisto tudo é que a maior parte destas pessoas não são capazes de olhar para a sua própria casa e ver a miséria que por lá vai. E porquê? Porque isso não interessa a ninguém, porque como se diz, “quem está de fora racha lenha”!

Quantos mais melhor...

Quando se achava que Passos Coelho ia à caça sozinho (uma piada, um coelho à caça...), e haveria escassez de candidatos, parece que vão haver mais dois caçadores: Paulo Rangel sentiu ontem o chamamento, e Aguiar Branco, depois de ter cedido o lugar nas últimas eleições à actual lider, parece que desta vez não vai deixar que lhe roubem o protagonismo.

No fundo, aquilo que o Partido precisa é de unidade... Muitos candidatos parece dar um sinal de fracturas, mas não é bem assim, desde que o escolhido seja capaz de unir os restantes militantes.

Por enquanto ainda não me decidi...

Tudo não passa de mais uma cabala...

Quando já toda a gente achava que o nosso PM tinha sido alvo de tudo quanto havia a ser inventado para o difamar, eis que volta à carga a "conspiração" sobre o seu envolvimento num negócio para manter a comunicação "controladinha".

Afinal, parece que foi tudo montado para o incriminar, vejam lá bem ao que se chega. Quando lhe perguntam se sabia ou não da intenção de compra da TVI pela PT, ele responde que não deu ordem nenhuma para controlar aquela estação de televisão (a boca a fugir para a verdade). Quando lhe provam que ele sabia do negócio antes de toda a gente, ele diz que sim, mas só sabia disso informalmente (é tão fácil dizer "ah e tal, eu sabia, mas foi uma cena que ouvi dizer, ninguém informou o Governo dessa cena"... como PM deveria preocupar-se um bocadinho mais com estas "cenas"...).

E portanto, podem esbracejar, tratá-lo mal, insultar a mãe quantas vezes quiserem que dali ele não sai, dali ninguém o tira, nem à bomba como o outro que é Pacheco propôs em tempos noutra ocasião.

E porque nem tudo vai mal em Portugal...

...o Benfica ganhou ao Sporting por 4-1...

Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, interveio no Parlamento, falando sobre o caso das escutas do processo face oculta que revelam o plano do Primeiro-Ministro para controlar a comunicação social. Diz que está em causa a liberdade de expressão em Portugal, entre outras coisas.

A colega eurodeputada, do Partido Socialista, Edite Estrela, muito indignada, veio dizer que Paulo Rangel só fala para denegrir a imagem que se tem de Portugal lá fora.

No meio disto tudo, ainda havíamos de ter pena por se ter sabido deste plano do PM, não era...? Coitadinho do país a ser denegrido pelo Rangel lá fora, com um PM tão preocupado em ter sempre tudo muito arranjadinho, orientadinho e controladinho...

É segredo

Notícia de hoje de manhã:

Serviços Secretos espanhóis estiveram em Portugal para recolher dados sobre a actuação da ETA neste território e não informaram os serviços secretos portugueses.

Opinião:
Secreto é algo que não foi divulgado, que se mantém escondido. Não é positivo, mas é normal que estas agências não comuniquem sempre entre si. O estranho é as agências de informação em Portugal saberem de actividades secretas de uma agência espanhola e saberem que não informaram a Agência de serviços secretos portuguesa... Há sempre alguém a dar com a língua nos dentes.

Política de Cemitério

Antes de continuar o texto vou fazer uma declaração de princípios: tenho todo o respeito por cemitérios, e a minha crença religiosa é suficientemente esclarecida para guardar o maior respeito por aqueles que já partiram, cujos cadáveres se encontram depositados em tais lugares.
Feito isto, começo por dizer que a gestão cemiterial é triste. É triste, não porque se lida com a morte, mas porque muitas vezes resume a vida de um político a decisões que se prendem com o arranjo e embelezamento de um espaço que com certeza não se destina aos vivos, muito menos aos que nele votarão.
Por ser de certa forma mais prático, a política de gestão cemiterial é muitas das vezes da competência das Juntas de Freguesia, uma vez que estão mais próximas dos cidadãos e da realidade do município. No entanto, e sabemos bem, que as freguesias têm outras carências que deviam ter tanta ou mais importância do que a gestão de um cemitério, mas estes tendem a ser a menina dos olhos de muitos políticos locais. É bom que esses espaços tenham as dignas condições para acolher os que já partiram e proporcionar àqueles que por eles velam um lugar calmo e de respeito, mas quando para garantir isso se entra num confronto de ideologias e vontades políticas, é porque alguma coisa vai mal.
Há muitos políticos que fazem aquilo que se pode chamar de política de cemitério. A visão que têm da sua área de poder é muito limitada, resume-se ao que a vista alcança e pouco mais. Têm pouco interesse na opinião das pessoas, porque acreditam que têm a solução para todos os males. Não acreditam nos outros, porque os outros metem-se em coisas para as quais não são chamados. Mas intervêm na vida dos outros, mesmo que dela não percebam nada.

Políticos de cemitério, são todos aqueles cujas decisões já cheiram mal, todos reconhecem que cheiram mal, mas por respeito ou qualquer outra coisa, não se dignam a dizer-lhe que cheiram mal. E olhem que os há em qualquer canto do mundo...

Não é bem disto que eles precisam...

Um grupo de artesãos cubanos esteve entretido a fazer a maior boneca de porcelana do mundo. Diz que tem prái uns 18 metros, e enfim, é pena nenhum português ter pensado nisto senão o recorde era nosso.

Bem, o cerne da questão é que a boneca agora terminada, foi exposta como homenagem às crianças Haitianas. É um gesto bonito, sem dúvida, sobretudo sabendo que elas perderam tudo ou quase tudo o que tinham na sua vida. Mas parece-me que neste momento eles precisam pouco de bonecas em sua homenagem... não sei, é a minha opinião.

Se a moda pega...

Uma candidata a deputada na Colômbia, Maria Fernanda Vale, ciente dos seus fracos recursos para a campanha, e quiçá também para a arte de deputar, prometeu ao eleitorado posar nua se vencer as eleições.

Acho que seria indigno para a câmara de deputados da Colômbia se tal pessoa fosse eleita apenas e só por essa razão, mas cada eleitor sabe de si...

Não sei até que ponto subiria o nível de participação e debate político se a moda pegasse por cá...

Por falar nisso...

Um grupo de deputados do PS quer aprovar uma espécie de calhandrice fiscal...

A inocência perdida...

A inocência, para além de poder ser nome de gente, é uma característica de um individuo que de pode definir como ingenuidade, pureza, ou como um estado de ausência de culpa ou de pecado. Por isto se atribui muitas vezes a inocência às crianças porque aquilo que aprenderam e apreenderam do mundo ainda não é suficiente para distinguir o que é bom do mau (embora muitas já tenham a escola toda), e por vezes dizem ou fazem coisas que um adulto consciente nunca faria.
No entanto, há alguns adultos que pelas suas condições de vida nunca perderam esta inocência (só esta, a outra não é para aqui chamada). Sendo assim, os seus actos e dizeres são todos baseados na falta de culpa e na sua falta de capacidade para saber o que é bom e mau, e de saber se irão atingir ou ferir alguém.
Existem por outro lado pessoas, que colhendo saberes e conhecimentos ao longo da vida, afirmam que são sinceras e directas, quando no fundo não passam de seres inocentes, que ainda não podem ser responsabilizados pelos seus actos.

Mas existe também o outro lado da moeda, ou seja, a falsidade. Seres que, enchendo-se de ronha e manha, envolvem-se num manto de candura para dizer o que pensam, atingindo fracos e fortes, com a esperança de que tudo passe incólume e de não terem que outra dar justificação, além da sua inocência. É triste!
Dizer tudo o que nos vem à cabeça não é sinónimo de sinceridade, mas sim de arrogância. Agir sempre ao contrário do que todos pensam não é sinónimo de coragem, mas sim de egoísmo e egocentrismo.
Das palavras da bíblia sagrada, sabemos que Adão e Eva viviam no Éden sem medo e sem mácula, num completo estado de inocência. Até ao dia em que a serpente os induziu a comerem do fruto da árvore da vida, passando assim a conhecerem o bom e o mau da vida, mas foram todos castigados por isso. Ora isto já foi há alguns anos, mas só para vos dizer que a inocência há muito está perdida, por isso…vamos ser um bocadinho mais sinceros, sim?

Faltas de democracia...

Em Portugal proíbe-se a publicação de artigos de opinião porque não dá muito jeito aos jornais falar mal do PM.

No Bangladesh uma jovem foi chicoteada porque engravidou depois de uma violação.
Obviamente que não quero comparar as coisas, mas é triste saber que ainda vivemos num mundo onde a liberdade é coisa que não existe, e depois vamos procurar notícias mais estúpidas e surge esta do Bangladesh, onde a lei religiosa é um já achado arqueológico e é aplicada de forma completamente absurda. O jovem que violou a rapariga não sofreu qualquer dano físico ou corporal, como seria de esperar.

Largos dias têm cem anos...

Num Governo que se quer em funções por 4 anos, que não teve tempo de apresentar muitas propostas além do Orçamento de Estado, comemorar os 100 dias de Governo com tanta pompa e circunstância é algo que não passa pela cabeça de nenhuma mente minimamente esclarecida.
Mas não é nada que estas alminhas não nos tenham já habituado. Ainda para mais só hoje comemoram os 100 dias e já ontem havia almoços, passeios, reuniões… isto tudo são despesas que não me parecem indispensáveis.

No mesmo dia, o nosso PM disse que o défice não aumentou por descontrolo das contas públicas, que o endividamento não aumentou por erros de gestão dos dinheiros públicos. Tudo aumentou porque o Governo quis, porque o Governou apoiou a economia, as famílias e as empresas nesta crise. E agora digo eu: e foi tanta a vontade do Governo em ajudar, e estava tão envolvido por este espírito natalício que só a semana passada soube o verdadeiro valor do défice. Ainda umas semanas antes, na aprovação do orçamento de estado rectificativo apresentavam valores muito diferentes de 9.3%. Mas tiveram que esperar mais 3 ou 4 semanas para saber este valor tão certo.
É incrível como a menos de 20 dias do final do ano, o Banco de Portugal não tenha conseguido fazer uma previsão calculada às centésimas como os 6,83% que Sócrates encontrou quando chegou ao poder. E ainda faltavam uns meses para o final do ano. Coitadinho do Constâncio!