Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

01 maio 2011

Chegou a hora de Mudar!

José Sócrates já começou com a campanha do medo e da mentira, como já nos tinha trazido nas últimas eleições (lembram-se quando alguém dizia que votar Manuela Ferreira Leite era voltar aos tempos da outra senhora?). Pois desta vez diz que o PSD aposta na ignorância dos portugueses porque não quer a escola pública. Nada mais mentiroso. O PSD acredita no sistema público de educação, onde todos têm acesso à educação independentemente dos seus recursos, onde os que podem pagar pagam mais do que os que não podem pagar que pagarão muito menos ou mesmo nada, e onde haverá concorrência entre escolas públicas e privadas para prestar este serviço o que será benéfico para uma melhoria da qualidade. Eu gostava que me dissessem verdadeiramente quanto custa um aluno ou uma turma na escola pública, porque de facto temos uma série de entidades a gerir essa escola, onde nenhuma manda mais do que a outra e em que todas intervêm financeiramente na gestão dos vários aspectos da escola (os edifícios são da Câmara, geridas pela Direcção da escola, os conteúdos e professores são do ministério da educação, o transporte é da Câmara, alguns almoços são da Câmara... enfim).
Mas é fácil de ver que José Sócrates não vai dar um passo sem mentir ou inventar algo para criar uma realidade diferente da que se vive hoje. O seu programa de Governo foi apresentado antes do PSD. Logo é um motivo de crítica, porque os que o deitaram abaixo não foram rápidos em apresentar uma solução (ninguém o deitou abaixo, foi ele que se demitiu se bem se lembram). O programa do PS é uma pérola que foi com certeza criado antes mesmo de se demitir, porque já sabia que mais cedo ou mais tarde isso viria a acontecer, e é fácil de justificar isto com os valores do défice orçamental de 2010 que são apresentados nesse documento que correspondem à primeira estimativa (à data da apresentação do programa, há muito que já se conhecia a segunda correcção desse défice que o colocava em 9,1%, acima do valor previsto e que impossibilita alcançar o 4,6% a que se propôs para 2011).
O PSD vai com certeza apresentar um programa de Governo, mas fá-lo-á após a apresentação do plano da troika (FMI, UE e BCE), uma vez que será com base nesse plano que o próximo Governo terá que trabalhar, e não com base no mundo da fantasia do PS e de José Sócrates, o seu querido líder. No PSD o programa foi trabalhado pela mesma pessoa que esteve a trabalhar com a troika, Eduardo Catroga. Da parte do Governo, o ministro responsável por essa negociação foi Silva Pereira (o grande amigo e seguidor do grande líder), e não por Teixeira dos Santos como seria de esperar (entretanto Teixeira dos Santos viu-se obrigado a desaparecer do mapa, pelo seu grande e amado amigo e querido líder). O ministro responsável pelo programa do PS foi Santos Silva, o "malhão" do Governo, que é ministro da Defesa, e por isso usou todos os recursos para defender o partido, esquecendo-se de alterar os dados que o programa apresenta, para valores de 2011.
Já não é só uma questão de programas ou planos diferentes ideologicamente, mas sim do passado de promessas que o PS nos trouxe e não cumpriu. Das fantasias que inventou para nunca ficar mal na fotografia e que acabaram por arrastar o país para o estado a que chegou. Não foi a rejeição do PEC IV que colocou o país nesta crise, porque a invenção do PEC IV foi um fait divers criado para esconder a realidade que já se conhecia, e com a sua rejeição atirar a culpa da crise para quem não o aprovou. A crise existe há muito tempo, e tem sido escondida debaixo do tapete e aos poucos vem sendo conhecida (e o que ainda estará para se saber). Foram os investimentos megalómanos, os aeroportos, as auto-estradas, os TGVs, as empresas públicas, as instituições, agências e outras que se atropelam umas às outras e são mais um sorvedouro dos recursos públicos...
São anos e anos (e então os últimos 6 são o desastre) de aumento da despesa pública sem que com isso se aumente o crescimento, o emprego e a produtividade do país, muito pelo contrário. Por isso chegou a hora de Mudar. E Mudar passa necessariamente por não escolher José Sócrates, e por conseguinte, não escolher PS. A realidade não é nem será fácil. Fácil é prometer aquilo que já se sabe que não é para cumprir para colher votos, e disso já está Portugal farto. O país precisa de olhar o futuro com olhos de ver e saber que o caminho difícil que se apresenta é uma oportunidade para recolocar os pilares do país em novos aspectos, que aproveitem os recursos existentes, valorizando-os; investir em empresas inovadoras e exportadoras, mas realistas; investir no transporte ferroviário; trazer de volta a agricultura e as pescas para a realidade económica do país. Um país tão pequeno como Portugal não pode ser tão desigual, e está na hora de reorientar o rumo do país. Chegou a hora de Mudar!