Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

07 julho 2010

Anti-economista

Eu não sou, e mal era, se fosse anti-economistas. Mas quem der uma vista de olhos por alguns sites de informação, verá vários comentários de pessoas que verdadeiramente o são, e muitos até se identificam como tal. E acredito que quando falam em anti-economistas, estão a referir-se àqueles que têm algum poder político ou económico, porque os outros não chateiam.
Olhemos para os economistas como um pai. Quando somos miúdos e temos poucas exigências, pedimos qualquer coisa ao pai e ele ora diz sim ou não, consoante o custo desse pedido, e obviamente dependendo do orçamento da família. Vamos crescendo e as exigências são maiores, as solicitações são outras, e o pai continua a exercer o mesmo poder: vai decidir consoante o preço e o orçamento.
Os economistas são um bocadinho assim: sabem que as solicitações são muitas, mas os recursos são escassos, por muito que isso custe a muita gente, e olhem que isto não é assim tão fácil de perceber para muitas pessoas. E por isso, este "pai" tem que saber dizer 'sim' e 'não' sempre que isso se justificar, afectando os escassos recursos às solicitações que geram o melhor bem-estar. Por isso muitas vezes os pais não compram um telemóvel a um filho, porque preferem comprar-lhe um par de calças, ou até mesmo uma peça de fruta todos os dias (acho que é de comum acordo que faz mais falta a uma criança um par de calças ou uma peça de fruta todos os dias do que um telemóvel, que muitas das vezes nem saldo tem, nem serve para nada a não ser para "mostrar").

Então parece que um economista só olha para os números... dizem vocês. E eu digo: mentira.

Como digo lá atrás, os recursos são afectados para as solicitações que geram melhor bem estar, e este bem-estar não é dos números, mas sim das pessoas. Vamos então voltar à família: um pai que ganha 1000€ tem despesas da casa, alimentação e tal e no final sobram sempre 100€... com os outros 900€ já garantiu parte do bem-estar da sua família, ou não? Então o que fazer com os outros 100€? Pode poupar, para momentos de maior aperto, pode emprestar a quem não tem tanta facilidade nas despesas mensais, ou pode comprar coisas não tão necessárias para a sua família, para satisfazer algumas necessidades, e uma série de outras coisas, porque soube gerir o seu rendimento.

Agora que há economistas que só olham para os números, isso é verdade. Mas acreditem que não é por mal. Esses só olham para os números porque houve outros antes deles que nunca olharam aos números, e agora é preciso ter cuidado para os mesmos números não se tornem um problema incontrolável.

Tirando as guerras típicas entre cursos e departamentos, resultantes da vida académica, não sejam anti-economistas que eles não fazem mal a ninguém.