Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

07 julho 2009

Chamem a polícia

Sinceramente, a Comissão de Inquérito ao BPN está a sofrer do grande mal que afecta a maior parte dos casos de justiça em Portugal, nomeadamente, parece que não há culpados, foi tudo resultado de uma série de variáveis não controláveis, nomeadamente a trafulhice. Eu não faço ideia se existem ou não culpados, e se os há, quem serão, mas o que é certo é que andaram e talvez ainda andem a brincar com o dinheiro que não é deles, e quem se lixa, já diz o povo, é o mexilhão.
Recentemente o relatório desta comissão trouxe conclusões que não se adequam àquilo que foi apurado ao longo das sessões, segundo dizem alguns deputados, obviamente, os da oposição. Parece que o principal ponto que distingue a visão de uns e de outros é na actuação do Banco de Portugal que não teve, segundo eles, uma actuação cuidada e exigente, como se espera de tal instituição.
A mim o que me custa ouvir nem é o facto de não considerarem o Constâncio culpado, são as justificações que os ministros vão dando para que o pobre do Constâncio não seja sequer chamado à atenção. Vejamos então o que dizem: lá por haver crimes todos os dias, os policias não podem ser acusados de todos eles, porque não actuaram. Isto causa-me algumas dúvidas: quantos policias existem para cada português, ou então quantos portugueses para cada policia? E quantos Bancos existem para o Banco de Portugal fiscalizar? Se um Policia não actua perante um crime não pode ser acusado, mas se lhe forem dadas provas e materiais que indiciem a prática de alguma ocorrência ilícita, ou se vir algo que seja suspeito, e mesmo assim não fizer nada, não pode ele ser acusado, no mínimo, de irresponsabilidade?
O BP não tem culpa do que os donos e gestores dos Bancos (BPN e BPP principalmente) fizeram, e isso é um facto. Mas se tem como missão fiscalizar e controlar a sua actuação para manter a saúde financeira do sistema (não vá aparecer alguma gripe) devem ser chamados à responsabilidade.