Os ameaços...

Depois das reuniões de discussão do Orçamento de Estado para 2010, que tiveram início ontem entre a oposição e o Governo, o PSD, CDS-PP e Governo ficaram satisfeitos com a discussão, os outros nem por isso, para variar...

Mas o Ministro veio no final ameaçar que se a despesa fosse aumentada, os impostos teriam que aumentar.
Para quem está de fora acha que já nos estão a preparar mesmo para aumentos.
E de facto estão.
É um aviso à oposição que aprovou no parlamento reduções de receitas e aumentos de despesa, contra o que era a vontade do Governo. Sendo assim, ou há aqui uns ajustes, ou isto vai ser complicado.

É difícil saber qual a melhor opção de política orçamental, sobretudo em períodos de crise. Ainda estamos numa fase de "excessos" mas a correcção vai ter que começar mais cedo ou mais tarde. Mais vale mais cedo, e com calma. As pessoas já estão fartas de apertar o cinto, não nos apertem o cinto outra vez.

Quem ouvisse José Sócrates falar que a crise veio alterar as expectativas dos portugueses, e sobretudo os valores dos indicadores económicos, com certeza que acreditaria que o país viva num mar de rosas antes disto. Mas não era, e não é, verdade. Há muito que somos um país atrasado, e a culpa parece que não é de ninguém. É de todos.

Quando alguém recebe um subsídio, prefere recebe-lo e estar em casa, do que ir trabalhar. Está mal!
Quando vão para o desemprego, muitos nem se preocupam em arranjar trabalho porque dizem que já descontaram muito por isso têm direito ao subsídio de desemprego. Está mal, o subsídio devia ser a coisa mais temporária possível, é uma ajuda, não um direito adquirido.
Os sindicatos, perante inflações negativas, dizem que querem aumentos de 3 ou 4 por cento. Está mal, o salário nominal (o que realmente se recebe) pode não aumentar, mas aumenta o salário real (que é aquilo que o nosso salário pode pagar...).

Isto não está fácil para ninguém. Os portugueses estão fartos de serem os cristos disto e depois aparecem uns GOrDINHOS ou uns aVARAentos que a troco de uns robalos fingem que é tudo legal...
Cortem em pontes, TGVs ou outras do género. Invistam na energia renovável, na agricultura a sério (não em quintais, por amor de Deus), nos empregos ligados à sociedade da informação... e nós, portugueses, alminhas do senhor, vamos ser um bocadinho menos profetas da desgraça e menos egoístas e vamos fazer alguma coisa por isto....