Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

07 fevereiro 2010

Política de Cemitério

Antes de continuar o texto vou fazer uma declaração de princípios: tenho todo o respeito por cemitérios, e a minha crença religiosa é suficientemente esclarecida para guardar o maior respeito por aqueles que já partiram, cujos cadáveres se encontram depositados em tais lugares.
Feito isto, começo por dizer que a gestão cemiterial é triste. É triste, não porque se lida com a morte, mas porque muitas vezes resume a vida de um político a decisões que se prendem com o arranjo e embelezamento de um espaço que com certeza não se destina aos vivos, muito menos aos que nele votarão.
Por ser de certa forma mais prático, a política de gestão cemiterial é muitas das vezes da competência das Juntas de Freguesia, uma vez que estão mais próximas dos cidadãos e da realidade do município. No entanto, e sabemos bem, que as freguesias têm outras carências que deviam ter tanta ou mais importância do que a gestão de um cemitério, mas estes tendem a ser a menina dos olhos de muitos políticos locais. É bom que esses espaços tenham as dignas condições para acolher os que já partiram e proporcionar àqueles que por eles velam um lugar calmo e de respeito, mas quando para garantir isso se entra num confronto de ideologias e vontades políticas, é porque alguma coisa vai mal.
Há muitos políticos que fazem aquilo que se pode chamar de política de cemitério. A visão que têm da sua área de poder é muito limitada, resume-se ao que a vista alcança e pouco mais. Têm pouco interesse na opinião das pessoas, porque acreditam que têm a solução para todos os males. Não acreditam nos outros, porque os outros metem-se em coisas para as quais não são chamados. Mas intervêm na vida dos outros, mesmo que dela não percebam nada.

Políticos de cemitério, são todos aqueles cujas decisões já cheiram mal, todos reconhecem que cheiram mal, mas por respeito ou qualquer outra coisa, não se dignam a dizer-lhe que cheiram mal. E olhem que os há em qualquer canto do mundo...