Quem está de fora…

…racha lenha. Já o diz a sabedoria popular e com razão.
Se há frase, daquelas que a sabedoria popular transporta, que mais me agrada e que talvez use com alguma frequência, é esta mesmo “quem está de fora, racha lenha”. A primeira vez que a ouvi foi durante um jogo de sueca e realmente tem sempre uma boa aplicação, em tudo na vida.
Muitos são aqueles que gostam de “meter o nariz onde não são chamados” e por muito que não queiram, estão sempre a largar sentenças e a mandar bitaites sobre aquilo que percebem e sobretudo, sobre aquilo que não fazem a mínima ideia. E é sobre esta matéria que mais vezes me revolto. Falar (mal) do que não se conhece.
Existe no mundo mais quem nos queira mal, do que quem nos queira bem. Disso não há dúvidas, e por isso, quando chega a hora da verdade, não falta quem nos empurre para baixo e poucos há que nos puxam para cima. Quando algo não corre tão bem, é sempre tão fácil criticar e dizer mal, e arranjar soluções e sei lá mais o quê. O problema é que o mal já está feito. Mas na hora em que é preciso ajuda, naquele momento em que se estende a mão, ou se espera que alguém venha dar o seu contributo, é um tal de assobiar para o ar, e dizer que não é nada consigo, cada um que resolva os seus problemas.

É mais fácil isto acontecer em terras pequenas, porque as pessoas conhecem-se minimamente e acabam por estar relacionadas umas com as outras, de uma forma ou de outra. E por isso é uma tal ver profetas da desgraça, salvadores da pátria, profetas do anunciado, treinadores de bancada e mais figuras que não me atrevo a descrever a debulhar tudo quanto possa ser debulhado, sobre o bem e o mal dos outros. E o engraçado nisto tudo é que a maior parte destas pessoas não são capazes de olhar para a sua própria casa e ver a miséria que por lá vai. E porquê? Porque isso não interessa a ninguém, porque como se diz, “quem está de fora racha lenha”!