E a culpa é sempre tua, oh Zé...

Alguém se lembra da última crise sócio-financeiro-económico-politica...? Pois eu não me lembro, mas parece que estamos mesmo à beira de uma, daquelas jeitosas.
Os EUA, essa grande superpotência mundial de outros tempos, estão que não se pode.
A Europa, ou União Europeia para ser mais justo, vai caindo aos pedaços, mas sempre com a bandeira azul das estrelas douradas em pano de fundo, a esvoaçar ao vento.
Os chineses andam a meter quimicos no leite para ver se fica mais branco, ou seja, mais parecido com leite.
...
Só na América Latina, outrora palco de grandes crises que acabaram por afectar todo o mundo, nestes novos tempos de governação mais à esquerda, parece que a coisa se consegue aguentar. A ver vamos, como diz o cego.

Vamos lá ver, o mercado (e quando falo em mercado não me refiro a nenhum espaço físico, mas ao mercado em termos económicos ou financeiros, ou lá o que o Miguel Sousa Tavares, do alto da sua imponência magestática, lhe queira chamar) deveria funcionar sózinho, e os compradores apresentavam o preço ao qual estavam dispostos a pagar o que quer que fosse, os vendedores mostravam por quanto estavam dispostos a vender, acertava-se o acordo, e o Estado limitava-se a ser o fiscal, que cobrava impostos por tudo e por nada, e se tivesse tempo ainda via se não havia por ai ninguém a enganar o Zé. Mas o Mercado não funcionou, o Zé deixou-se enganar e comprou aquilo que queria, a um preço que não podia, ficou sem a casa, o carro e a mota e ainda o piriquito, e os outros agentes, míseráveis e paupérrimos, cairam de podres, deixando o sistema a flutuar no meio de um denso nevoeiro. O Estado, que é uma pessoa de bem, acha agora que deve intervir, e como o Estado era e é aquele fiscal dos impostos, vai agora buscar ao Zé, mais dinheiro para levantar os agentes financeiros em dificuldades (aka instituições falidas por sua própria culpa).

Já estou como diz a outra... "Eles ganham dez, elas fod#&% vinte! Quem tem culpa c#r#lh&!"

Ora já tivemos o petróleo a subir como se não houvesse amanhã, os alimentos a preços nunca antes vistos e os juros a acompanhar a subida, para controlar a inflação. Não mais correcto para o nosso Banco Central Europeu, que prefere ver o Zé a comprar o seu pacotinho de arroz a um preço bem baixinho e a cozer o arrozinho num latão debaixo da ponte, visto que não tem dinheiro para pagar os juros do empréstimo da casa.

Os chineses, esses grandes malandros, vão agora ver que nem tudo se consegue a um preço baixo, e vai ser dificil voltar a acreditar que o leite deles é bom, e já agora nem tudo é bom e barato como eles fazem crer a muita gente.

Já agora, avisem o Sócrates, se o virem por ai, que as eleições legislativas são para o ano. Se ele se for embora que feche a porta e a luz, e não deixe isso para o último a sair...

Tenho dito...