Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

11 agosto 2010

Teatros de Guerra

As notícias dos últimos dias têm variado muito pouco, infelizmente. Os incêndios lavram por todo o país, com especial incidência no Norte, e parece que todos os meios são poucos para os combater. Alguns daqueles que têm como missão combater este flagelo perderam a sua vida quando davam tudo por tudo vencer esta batalha. E mesmo assim, este inimigo não dá tréguas. Se num dia um incêndio foi controlado, horas depois passa a activo novamente e fora de controlo... Mão criminosa? Segundo algumas fontes cerca de 90% destes incêndios têm de facto mão humana na sua génese, seja esta intencional ou não, não deixando por isso de ser criminosa. E o que acontece a quem dá origem a isto? Nada de relevante, como se sabe.
É tempo de mostrar que isto não é uma brincadeira. Não se pode permitir que haja tantos hectares de floresta ao abandono, sem limpeza, e que sejam um autêntico barril de pólvora. Hoje li que o Ministro da Agricultura não coloca de parte expropriar as propriedades que estejam abandonadas. Acho muito bem, até porque muitas delas têm donos que nunca lá puseram os pés, e outras tantas são de gente sem meios para as limpar (sim, porque nem todos os proprietários de terrenos são grandes empresários, ou grandes milionários, alguns recebem-nas de heranças e nem sabem o que lhes fazer).
Outra coisa que me faz alguma confusão é que haja zonas industriais colocadas no centro de zonas florestais e por isso seja uma das prioridades a sua protecção quando se combate um incêndio, como se tem visto por aí. Parece-me cada vez mais evidente que estar afastado de zonas florestais é uma questão de segurança, e se as zonas industriais são planeadas de acordo com determinados critérios, um deles deveria ser reservar uma área envolvente livre de árvores e outros elementos da natureza, que em caso de incêndio sejam um rastilho e acabem por colocar em risco as instalações que lá se encontrem, por muito inestético que isso possa parecer.
Em relação à punição dos criminosos deve o país parar para reflectir se tem leis que garantam uma real punição. A mim parece-me que, quando bem aplicadas, as leis são suficientes, mas Portugal continua a ser um sítio onde se protege tanto os culpados, que a certa altura parece que todas as leis foram feitas contra si, e no fundo até dá pena condená-los. Custa-me é pensar que, se um dia, um indivíduo qualquer, cansado de tanta luta, conheçer alguém que seja suspeito de crime de fogo posto, acabe por perder a cabeça e ponha fim à vida deste suspeito, até mesmo enviando-o para as labaredas que porventura tenha sido responsável, e no final acabe condenado a vários anos de prisão... a justiça pode parecer cega demais nestes momentos..

1 Comments:

At 10:57 da tarde, Blogger Miguel Santos said...

O RAP também escreveu um artigo sobre este assunto na Visão. Toca nuns pontos bastante interessantes com o humor habitual, check it out:
http://aeiou.visao.pt/portugal-e-fogo-que-arde-sem-se-prever=f568937

 

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