Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

23 agosto 2006

ONU...serve para quê?

Estava eu a folhear um jornal durante o meu cafézito quando paro para ler um artigo de opinião de Vasco Graça Moura, em que, resumindo bastante o que lá dizia, afirmava que a ONU é uma instituição ineficiente, incapaz de cumprir os objectivos para que foi criada.

E no fundo é bem verdade. Não houve guerra, genocídio, catástrofe humanitária (provocada pelo Homem claro está) que tivesse sido evitada pela ONU. Toda e qualquer intervenção deu-se apenas numa fase posterior, com o objectivo de minimizar e solucionar os males já instalados.

Evitar um III Guerra Mundial pode ser um resumo dos objectivo que fundamentaram a sua criação, mas será que a haver uma III Grande Guerra (partindo do principio que o conflito entre o "Mundo Ocidental" e o "Mundo Árabe" não é ainda essa III Guerra) a ONU conseguirá evitá-la?

Não precisamos de ir muito longe no tempo para perceber de que modo é que esta instituição é ineficaz. Aquando da última invasão do Iraque os EUA tentaram convencer o resto do mundo (sobretudo os membros do Conselho de Segurança) com as suas "provas", jurando a pés juntos que o Iraque tinha realmente armas de destruição maciça. Não conseguindo legitimar esta invasão junto da ONU, avançaram por sua própria iniciativa, apoiados por alguns países. Da parte da ONU, a menos que houvesse alguem a rezar para que tudo corresse bem, não se ouvia qualquer comentário.

Assim vemos como é possível, por iniciativa de qualquer país, haver guerra, invasões e até mesmo missões de paz, sem que a ONU intervenha nesse processo.
E a principal razão advém do jogo de poderes que ocorre sobretudo no Conselho de Segurança, em que os vencedores da II Guerra Mundial ainda mantêm o direito de veto. Não é possível compreender que a decisão de um só país possa alterar a ordem mundial.

Uma reorganização desta instituição, dando mais poderes à Assembleia Geral, e criando um Conselho de Segurança mais democrático (a democracia é o pior sistema político, tirando todos os outros), com as justiças e injustiças que possa criar, seria decerto mais credível. A Guerra e a Paz seriam assim uma opção da maioria, o que no fundo, apesar de tudo, até nem é tão mau.











PS: Não sou contra a guerra do Iraque, pelo contrário, a minha opinião era favorável à invasão, não pelas armas de destruição em massa, mas pelo ditador Saddam. Mas desconsiderar a opinião do Conselho de Segurança foi o maior erro dos EUA, porque desacreditaram as suas intenções democráticas no Iraque.