Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

21 fevereiro 2008

Haja paciência...

Para quem percebe de termos económicos, já deve ter ouvido falar do óptimo de Pareto, que nos indica uma situação de equilibrio de interesses entre agentes da economia, em que é impossível melhorar a satisfação de um deles sem prejudicar os outros.

E iniciei este post com esta definição porque tem tudo a ver com o que se passa na economia e sociedade portuguesas. Numa das edições desta semana do Jornal de Negócios, surge um novo principio: o Péssimo de Pareto. Que é fácil de entender que é uma inversão do anterior, ou seja, é sempre possível melhorar a utilidade de um dos agentes, prejudicando a de todos os outros.

Este principio surge como comentário aos efeitos que as chuvas fortes provocaram na linha do Norte, mesmo depois do investimento que tem vindo a ser feito pelo Estado (já vai na ordem dos mil milhões) sem que haja, de forma vísivel, melhoria efectiva das condições.
Mas isto não se fica só por aqui: temos o caso BCP, que já faz cócegas no céu da boca com tanta aldrabice e fofoquice, e diz que disse; temos as dívidas acumuladas na CM de Lisboa, sem que ninguém se tivesse dado de conta que se estavam a tornar insustentáveis, temos umas "presumíveis" irregularidades nas contas de alguns partidos, temos alterações nas leis do jogo que passam a permitir a propriedade definitiva dos edifícios às entidades gestoras dos casinos neles instalados, temos tudo do bom e do melhor neste país...

E o engraçado, é que no início é um corre-corre para se encontrar responsáveis para que "a culpa não morra solteira", e no fim, a pobre acaba por ficar é viúva, tantos são os pretendentes mortos neste combate.

Basta!!! Razão tinha o Rafael Bordalo Pinheiro ao criar o Zé Povinho... é sempre o pobre coitado a levar com as culpas.. se não há dinheiro quem é despedido? O Zé. Se o Zé tem dividas e não paga, quem fica sem casa? O Zé.
Se a inflação está alta, quem paga? O Zé. Se o Banco Central mantém as taxas de juro altas para controlar a inflação, quem paga? O Zé.

Muito cuidado com os intocáveis...

Já dizia Eça de Queiroz: "Isto não é um País, é um sitio mal frequentado"