Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

31 maio 2010

Afinal somos muitos

De tempos a tempos, como medida radical para cortar despesas, surge a proposta de redução do número de deputados da Assembleia da República. A mim, apesar de não me chocar nada que tal possa acontecer, parece-me que não se pouparia assim tanto dinheiro que o justifique, e fazendo-o estamos a cortar na quantidade em vez de aumentar a qualidade, que é o que realmente se pretende. Contudo, e face a tanto sentimento de insatisfação com os políticos, é natural que a solução destes males seja cortar naqueles que supostamente são responsáveis por eles.

Há naturalmente nos nossos órgãos políticos, despesas que podem ser cortadas, e devem ser cortadas, mais não seja para servir como exemplo. Quando se ouve que, no Reino Unido, os ministros e outros detentores de cargos públicos, vão ter que partilhar os carros nas suas viagens, parece-me que é uma medida muito acertada. Se vão todos para o mesmo lado, porque hão de ir em carros separados? Temos esta ideia que eles aceitaram o cargo, e por isso têm que ter algumas regalias porque enfim e não sei o quê... tirando as questões da sua segurança, que obviamente se aceita que seja reforçada em relação aos demais portugueses, eles são como qualquer trabalhador, que aceitou trabalhar num lugar, com as condições que lhe forem apresentadas. Quem não aceitar essas condições, é porque não vinha servir o país, mas servir-se a si próprio.

Termino com uma questão: quem são os primeiros partidos a mostrar-se conta a redução do número de deputados?

Afinal somos muitos:

28 maio 2010

Achas que sabes dançar?

A frase que marca o início desta relação PS-PSD, ou Sócrates-Passos Coelho é a que Sócrates dirigiu em Espanha a uma séries de pessoas (não faço ideia quem eram, nem vou pesquisar para saber). E a frase foi: são precisos dois para dançar o tango (em portunhol, como se sabe).

O que é engraçado é que o nosso PM não sabe dançar, e o PPC também já veio dizer que é um pé de chumbo, por muito desagradável que isso seja para algumas senhoras, ou senhores também. Por isso, o Sócrates apoia-se no seu par para tomar as medidas que precisa, nem que tenha que dançar tango com uns, e pô-los a dançar o fandango sózinhos, para ir para o tango com os outros. Quando se trata de aumentar os impostos e cortar nos rendimentos, vem ter com o PSD porque sabe que é o único que os tem no sítio para o fazer, pois sabe bem que, se não o fizer agora na oposição, vai ter que fazê-lo quando for governo. Mas quando precisa de aumentar os investimentos (e com isto, aumentar a dívida) socorre-se da esquerda, do Bloco e PCP (com os Verdes atrás).

E no dia que formos a contas, o que vai pesar mais nos pesos para votar? Claro que este apoio de PPC aos impostos e medidas restritivas vai ter um peso negativo nas eleições, por muito que os portugueses percebam que eram necessários. O investimento público em grande obras terá exactamente o efeito inverso nos que o apoiaram, em muitos sectores da sociedade, mesmo que isso implique degradação das condições financeiras e económicas, num futuro bem próximo.

Por isso PPC, se me estiveres a ouvir, aquilo que o país menos precisa é de um PM que não respeita aquilo que é de todos, que não sabe gerir o país, e tem um rumo (que como já se sabe, é dizer de manhã, o que se vai desmentir à tarde, mas acaba por se desmentir o desmentido ainda antes do Jornal das 20h).

Acabou o tempo para brincadeiras...

26 maio 2010

Ajuste de Contas

Não há ser humano que se preze que não goste de um bom ajuste de contas. Homem que é Homem não leva desaforo para casa, e por isso, quando sente a sua honra atacada, bem que gosta de colocar os pontos nos i's. Contudo, há momentos na vida em que o ajuste de contas não é possível, pelas mais variadíssimas razões, e que obrigam o 'Homem' a engolir um sapo, fingir que nada se passou, e esperar por um momento mais oportuno.

A melhor forma de combater a estupidez deve ser a ignorância. Por vezes, responder a um comentário estúpido, insultuoso, quiçá até mesmo ameaçador, não vai passar de uma sobrevalorização da pessoa em causa, mostrando-lhe que o que disse ou fez teve um valor ou importância na nossa vida. Por isso o melhor mesmo é aguentar, e esperar que a semente da língua seja a primeira a ser colhida. Já diz um provérbio chinês que em vez de atacarmos os nossos inimigos, devemos sentar-nos à beira do rio e esperar vê-los a passar boiando no mesmo rio. Isto, mesmo sendo um bocadinho mórbido, diz-nos que a justiça (divina ou terrena) pode tardar, mas não falha.

Muitos destes "insultos" escondem por trás uma incapacidade de controlar o que se rodeia, uma falta de capacidade de gerir as dotações de que se dispõe, e por isso ataca-se os outros, culpando-os de todos os males, quando no fundo a culpa não deixa nunca de ser do acusador.

Quando a esmola é grande, o santo desconfia, e quando vemos as barbas do vizinho a arder, devemos pôr as nossas de molho. A sabedoria popular nunca falha (às vezes sim, mas falha de um lado, e corrige-se pelo outro). Mais uma vez o conselho é a prudência, devemos estar sempre de pé atrás. Isto para que no dia que o circo pegar fogo, nós só precisemos de dar outro passo atrás e assistir ao espectáculo dizendo: eu já tinha avisado.

Deixo-vos mais uma da sabedoria popular: Deus vos dê em dobro, tudo aquilo que nos desejam!

21 maio 2010

Abombeiral da Moda

Imaginem que há um senhor que tem um incêndio em casa. Ele vai ao estrangeiro e compra uma mangueira das compridas, 3 machadinhas e 2 capacetes e volta a casa para apagar o incêndio (claro está que entretanto o fogo aumentou). No entanto, dado que ele não é lá grande coisa no negócio de apagar fogos e então ele limita-se a sacudir o fogo para debaixo do tapete, e todos os dias vai sacudir o tapete à varanda.
Contudo, há um dia que o tapete não aguentou e começa a pegar fogo aos sofás, à televisão... e ele já não conseguir dar conta do fogo. Nem ele nem os amigos que lá levava a casa. Por vezes era pior a emenda que o soneto.
Descobriu entretanto que o vizinho do lado, que se mudara há pouco tempo, tinha sido nadador-salvador, e foi buscar a sua ajuda. Pelo menos havia de o salvar. E assim foi. O vizinho trouxe a prancha e o que tinha à mão e lá foi socorrer o vizinho. Claro que dada a dimensão do fogo, já não havia muito a fazer a não ser deixar arder e limpar depois, mas ainda assim fez-se o que se pôde. Machadada para a esquerda, machadada para a direita, a certa altura já não havia fogo, nem no bico do gás. Ok, foi de mais, mas a casa estava a precisar.
Quando o vizinho olhou para trás, para conversar com o dono da casa, não encontrou ninguém. Veio a descobrir depois que, assim que teve oportunidade, tinha fugido a correr para a Venezuela, à procura de refúgio junto de amigos. O pobre do nadador lá teve que limpar a casa, arrumar tudo direitinho e deixar as coisas em condições para que pudesse ser habitável de novo.


É uma história muito triste, mas metam nomes como Sócrates, Passos Coelho, PSD, PSD, Governo, Chavez e etc. e vão ver que conhecem a que se refere.
Para completar, algumas ideias foram retiradas deste monólogo de Raúl Solnado:
http://www.youtube.com/watch?v=3cAbDmfW2zI

13 maio 2010

Afinal de quem é a culpa...

Normalmente, pelo menos foi o que os últimos anos nos habituaram, as políticas de contracção de despesa vêm na sequência de erros de gestão de governos anteriores. Foi o que aconteceu quando Durão Barroso propôs ao país um choque fiscal, e quando chegou ao poder depois da "fuga de Guterres", teve tal choque que teve que aumentar impostos e diminuir despesas.
Foi o que aconteceu com Sócrates que prometia mundos e fundos e quando chega ao poder, depois da expulsão de Santana, teve que voltar a subir impostos e cortar nas despesas.
Hoje vivemos mais um destes pacotes de contracção. E afinal quem o aplica, depois de que Governo? Sócrates aplica as medidas depois de um Governo de Sócrates.
A pobre na Ferreira Leite bem avisou que era preciso falar verdade. Que isto não ia ser fácil. Que não podia prometer o que não podia cumprir. E todos caíram sobre a senhora. Hoje vemos quem tinha razão.
Hoje é preciso beijar a mão ao PSD para que se imponham essas medidas. No final, iremos ver o pobre do Sócrates a dizer que só fizeram o que fizeram porque o Passos Coelho o obrigou. Já começou quando disse que não defendia a redução de salários dos políticos e gestores públicos. Daqui a nada, o problema do país não é resultado das suas políticas, mas do facto da oposição nunca ter bloqueado as ideias malucas que sempre teve... a ver vamos como diz o cego.