Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

12 outubro 2010

A minha é maior do que a tua.

O Governo deixou o país chegar ao Estado em que está. Muito por culpa da crise internacional, mas a maior parte da culpa é do Governo que sempre achou que isto estava uma maravilha, mas como se sabe, pau que nasce torto... Ora o novo OE para 2011 não foi negociado, não aceitam alterações, e estão a dizer que, ou é isto, ou não é nada. E se não for nada, batem a porta e vão-se embora. Sim! Não aceitam que o seu OE não seja aprovado, por isso demitem-se se isso acontecer. Ou seja, não dão sinais ao mercado de que se este OE não for aprovado eles manter-se-ão em funções, fazendo os possíveis para o barco não ir ao fundo (furado já ele está). Os outros partidos (porque raio havemos nós de apenas falar do PSD quando outros partidos podem aprovar o OE) são acusados à força toda de dar sinais negativos ao mercado ao não dizer se aprovam ou não um OE que não conhecem, só conhecem algumas indicações.
E um Governo que já aprovou 2 PECs, não dá maus sinais aos mercados?
E um Governo que nunca admitiu a verdadeira situação do país, razão pela qual tem que tomar medidas drásticas, não é um mau sinal para o mercado?

O PSD deve abster-se no OE2011? Sim, deve, porque já se percebeu que o mundo político tem o plano inclinado, por isso as culpas da crise que daí viriam seriam sempre do PSD, e nunca do PS, do Governo e do Eng. Sócrates. Afinal, o que nos interessa mesmo é saber se o Paulo Bento leva a selecção à vitória no jogo com a Islândia...

08 outubro 2010

Incongruências

É bom ver as declarações do Ministro Santos Silva quando vai receber submarinos, ou outros veículos e materiais das forças armadas e dizer que aquilo é importante, e que fazia falta a Portugal, e que temos uma grande área marítima, e que precisamos de meios, e que todos os meios são poucos... e depois vemos o PM ou o Ministro das Finanças a dizer que o PSD-CDS são os responsáveis pela compra dos submarinos, que não nos fazem falta, que tinhamos mais onde gastar o dinheiro, que é tudo uma cambada de irresponsáveis, que agora até nem queriam submarino nenhum e por isso nem queriam pagar já a conta...

Afinal em que ficamos? Num país que tem muito mais território no mar do que na terra, será que não fazem mesmo falta dois submarinos? Será que o problema são os submarinos, ou foram as despesas anteriores que não fazem nem fizeram falta a ninguém e que nos deixaram no estado em que estamos? Dá que pensar...

Proposta do PCP

A proposta do PCP para a revisão constitucional, embora eles entendam que nem vale a pena fazê-la, traz-nos mais umas pérolas para acrescentar ao rol do que por ai já anda. Ora querem sagrar na constituição o aumento dos salários e a redução progressiva do horário de trabalho (não é o que queremos todos? Trabalhar menos, por mais dinheiro.). A outra preciosidade é estabelecer na constituição uma espécie de rendimento mínimo universal para todos, ou seja, quer seja pelo trabalho ou por prestações sociais, ou pelos dois em conjunto, o Estado deve assegurar um salário mínimo a toda a gente, para garantir a sua subsistência. E como atrelada a essa preciosidade não vêm condições nem limites, conclui-se que o Estado iria buscar o dinheiro ao bolso do alemães (segundo a eurodeputada Ilda Figueiredo a melhor forma de arranjar dinheiro, é fazer com que os alemães sejam obrigados a emprestar) para pagar um rendimento mínimo (digamos que se estabelece 300 euros) para toda a gente, quer trabalhem quer não, quer queiram trabalhar quer não queiram. Paremos então para pensar: se um indivíduo está a trabalhar e ganha um salário mínimo (quase 500 €, embora ainda falte o quase), não está bem melhor em casa, sem se chatear, a ganhar 300 €?
Estas ideias da esquerda põem o país a nadar em seco... e depois o outro é que quer acabar com o Estado Social. Porque estes até nem querem nada disso, mas com tamanha desgraça o Estado Social não durará muito tempo.

07 outubro 2010

Responsabilidade no OE

Quando se fala de responsabilidade no OE de Estado parece que as hipóteses não são muitas. O PS, por natureza define-se como responsável porque apresenta (pelo Governo) um OE. O resto dos partidos no Parlamento, são tudo uma cambada de irresponsáveis, porque só se espera que o PSD aprove o OE. Vejamos então a seguinte tabela elaborada para o efeito:

PS+PSD 178
PS+CDS 118
PS+BE 113
PS+PCP 112
PS+BE+PCP 128

Os números correspondem ao número de deputados que cada conjunto de partidos totaliza. Para aprovar o OE, e partindo do princípio que estão os 230 deputados na Sala, são necessários 116 (metade mais um) deputados. Com o PSD aprova-se o OE e ainda sobram deputados, que podem votar contra por consciência (ou falta de responsabilidade). O CDS-PP também já provou algumas vezes que é capaz de ser responsável como os outros dois, por isso o total de 118 deputados também serve para aprovar o OE. Então e os 2 de esquerda (BE e PCP). Não são responsáveis? Então o que é que estão lá a fazer?

05 outubro 2010

O inimputavel

O último governo, antes das eleições de 2009, com o mesmo PM, aprovou um OE, que veio emendar semanas depois, e que veio emendar novamente alguns meses depois, depois de vários avisos do PSD. As eleições escolheram o mesmo PM sem maioria absoluta. O PSD ajudou-o a aprovar o Orçamento de 2010. Aprovaram entretanto um PEC. O PSD ajudou-o a aprovar um segundo PEC. Entretanto o PSD disse: se houver nova subida de impostos, não contem connosco para aprovar mais nada. O novo OE, com um novo pacote de austeridade, vai aumentar impostos. O PSD já disse que não aprova, porque vai contra o que defendeu. O PM só diz: o PSD está a criar instabilidade nos mercados. Depois de ter aprovado e emendado um OE, mais vezes do que devia. Depois de o PSD o ter ajudado a aprovar um OE sem qualquer contrapartida. O mesmo em relação aos PECs, como é possível dizer que o PSD é o foco de instabilidade e incerteza nos mercados?