Rica Casinha

O dia-a-dia deste mundo....

13 janeiro 2008

Em Roma...não seja cigano

Lá para os lados de Itália, mais propriamente na capital (Roma), um grupo de pais pediu que os seus filhos fossem separados dos alunos de etnia cigana, durante as viagens de autocarro. Justificação: os ciganos são demasiados enérgicos durante as viagens.



Ooopss, esperem lá...mas isso não é uma caracteristica de quase todas as crianças?



Pois se calhar em Roma não é, e não é que os deputados deram ouvidos aos pais das crianças e conseguiram aprovar uma moção, com os votos a favor da Refundação Comunista e esquerda democrática (cá no nosso país a esquerda e os comunistas andam mesmo fora de moda, lá fora, no estrangeiro, atacam ciganos, aqui defendem tudo...).

Ora então vamos lá ver o que está mal aqui... Dá-me a sensação, não tenho a certeza, que excluir ou descriminar um grupo de alunos, tendo como critério a sua etnia ou grupo social, é...diria...hum...ilegal (talvez inconstitucional, mas como não percebo nada de leis...).



Analisemos bem o caso, talvez o grupo de deputados não tenha feito nada além daquilo que uma grande parte da população pensa.
Se um Ucraniano vai trabalhar para as obras, e diz que não tem condições, qual é a primeira resposta que se ouve? "Vai prá tua terra!!!"

Se um romeno vem pedir dinheiro na rua, qual é a resposta? "Vai trabalhar malandro!!"

Se um cigano vende dvds piratas qual é a nossa reacção? "Não dá pra levar 3 por 5 euros?" (ooopss isto não era para se dizer)



Então, se os deputados são eleitos pelo povo (é das poucas coisas que ainda acredito), e o povo defende que se devem separar os ciganos dos outros, então não é esta uma boa medida?



Onde vai parar este mundo.....?!?!?!

10 janeiro 2008

O referendo não foi bem tratado em Lisboa

Ora anda o povo português a contar os tostões para ver se chegam ao fim do mês e o nosso Governo e restante elite politica andam preocupados a discutir um Tratado que ninguém sabe se é carne se é peixe, ou melhor dizendo, se é bom ou mau... Ao que parece, este Tratado de Lisboa viabiliza o desenvolvimento da integração europeia, mas em termos gerais, assim para quem conta os tostões ao fim do mês, não deve trazer grandes alterações.

Sua excelência o Primeiro-Ministro de Portugal, Sr. José Socrates (ainda não sei se é para tratar por eng. ou não...) disse, aquando da aprovação do Programa do seu Governo, que permitiria um referendo nacional para ratificar o Tratado Constitucional da UE, que na altura ainda se discutia. Hoje, este Tratado não se discute mais, discute-se o de Lisboa, que é bem mais bonito. E a questão do referendo já não se coloca mais. Ponto final, parágrafo.

A oposição entende que assim não cumpre com as suas promessas, e vai daí as tropas da oposição disparam num só sentido a favor da luta pelo referendo.
Vejamos então o que diz o programa deste governo:

"No curto prazo, a prioridade do novo Governo será a de assegurar a ratificação do
Tratado
(constitucional) acima referido. O Governo entende que é necessário reforçar a legitimação
democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e
ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e
participado, na sequência de uma revisão constitucional que permita formular aos
portugueses uma questão clara, precisa e inequívoca."


Bom, o homem realmente estava a referir-se ao Tratado Constitucional, mas o problema está no simples facto de, ao aprovar o Tratado na Assembleia da República, não está a reforçar a legitimação democrática da construção europeia, mas enfim, a vida não é feita só de referendos, e se os deputados servem para votar umas coisas, então servem para votar outras.

Por outro lado, mas do mesmo lado do Governo, surge a voz da eurodeputada Edite Estrela que afirma o seguinte:

""Do ponto de vista partidário, o Governo até teria todas as vantagens em fazer um referendo", comentou, manifestando-se absolutamente convicta que o "sim" venceria, pelo que, "ao contrário do que diz a oposição", a decisão tomada não se deveu a qualquer receio quanto ao resultado da consulta. "

Os brasileiros têm uma boa expressão para isto: "me engana que eu gosto"
O verdadeiro problema só iria surgir se o resultado do referendo fosse a não aprovação do Tratado, e o o Governo vai ouvindo aqui e ali que o país não está contente, e com o objectivo de castigar o Governo, era bem possível que não deixassem passar este Tratado, que dizem ser essencial para toda a construção europeia, e o pobre do Tratado, sem culpa nenhuma.